quarta-feira, 26 de janeiro de 2011


"O amor é insaciável. Quanto mais obtém mais quer. Diferente da amizade que não aposta alto e se contenta em proteger o que obteve em vida. A amizade larga a roleta ao empenhar um único lance. O amor não. O amor se endivida até pedir falência. O amor tem uma fome obscena, pois devora a própria memória se necessário, devora a própria imaginação se preciso". (Carpinejar)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011


"[...] E no auge da sua descrença o dia amanheceu de novo. Quando não queria mais fugir de si mesma, foi surpreendida por uma voz de timbre limpo, olhos atenciosos e mãos que diziam coisas. Era alguém que tranqüilizava quando apenas sorria. Uma pessoa que trazia em si o amparo de tudo. Tinha o dom da conveniência e da clareza e pronunciava reciprocidade.

O fato resumindo é que o amor não era mais aquele estardalhaço. O amor era suave e tinha um jeito de penetrar sem invadir, de libertar no abraço. O amor não era mais aquela insônia, mas sonho bom na entrega ao desconhecido. O amor não era mais a iminência de um conflito, mas uma confiança na vida. E, pela primeira vez, o amor não carregava resquícios de abandono, pois havia descoberto: o amor estava ali porque ambos estavam prontos.
(O Tempo estava certo.)"


Marla de Queiroz

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"Temos que nos voltar para o significado. O sintoma não passa
de um mensageiro com a notícia de que a Angst está irrompendo das profundezas do ser!
Preocupações profundas com finitude, com o isolamento, com o propósito de vida, com a liberdade - preocupações profundas trancafiadas por toda uma vida, com a liberdade - agora rompem suas cadeias e batem às portas e janelas da mente.
Elas demandam serem ouvidas.

Não apenas ouvidas, mas vividas!!!!!"

Yalom, I. D.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."
(Clarice Lispector)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

"Proponho que a única coisa da qual se possa ser culpado, pelo menos na perspectiva analítica, é de ter cedido de seu desejo."
Lacan