quarta-feira, 29 de abril de 2009

" O desejo é uma relação de ser com a falta. Esta falta é falta de ser, propriamente falando. Não é falta disso ou daquilo, porém falta de ser, através do que o ser existe. O ser se põe a existir em função mesmo desta falta". (LACAN, 1954)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

"O corte analítico é para que aquele que fala se ouça".

quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Assim que um ser é consciente, ele é palco de contradições, em especial entre o desejo de conservar-se e o de alcançar a uma expressão mais total de si mesmo." (DOLTO, 2007)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Metafísica do Amor


(...) não são exatamente as belezas regulares,
perfeitas que costumam acender as grandes paixões.
Para que nasça uma tal inclinação realmente apaixonada exige-se algo que só se deixa expressar mediante uma metáfora química: ambas as pessoas têm de se neutralizar mutuamente, como ácido e álcali num sal neutro.

Para a neutralização mútua de duas individualidades que está em pauta exige-se que o grau determinado de masculinidade do homem corresponda exatamente ao grau determinado de feminilidade da mulher. Assim, o homem mais masculino procurará a mulher mais feminina e vice versa, e justamente desse modo cada indivíduo procurará quem lhe corresponda no grau de sexualidade. Como se dá a proporção exigida entre dois indivíduos, isso é algo sentido instintivamente por eles.
(Livro: Metafísica do Amor. Schopenhauer, A.)

Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada!
Sigmund Freud

sábado, 18 de abril de 2009

O olhar ...

“Se alguém me cativa com seu olhar, não é simplesmente por um olhar com uma certa expressão nos olhos, é por esse raio de luz que vai até o olho dele e vem dos dele para mim. (...) que alguém me olhe, implica que se marque esse tipo de brilho. (...) é preciso que essa luz se reflita como um ponto brilhante na superfície da córnea. Esse Outro é essa superfície corneal. Sem luz não haveria olhar” (Nasio, 1995)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Psicanalista


O Psicanalista não é um orientador, no sentido de conselheiro. É aquele que possibilita que cada um daqueles que o consultam seja capaz de assumir o reconhecimento de seu próprio desejo no tocante a tudo o que deseja, e aprenda a resolver por si só seus conflitos.
Dolto, 2007
"A energia que a pessoa gasta para lutar contra seus pretensos defeitos é initilizável para para desenvolver como qualidades como qualidades o que na sua natureza particular continha." (Dolto, 2007)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

"[...] impasse feminino, hoje, que reduplica o impasse de toda mulher em nossa sociedade, qual seja, o de se fazer por si mesma, o de não poder depender de um homem – herança do ideal feminista – ao mesmo tempo em que também deseja estabelecer uma relação na qual o homem ocupe um lugar especial. Na cultura do individualismo, ser autonômo é prescindir de qualquer outro." (RAMALHO, 2005)
"Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais; somos também, o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos. Somos as palavras que trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos, "sem querer". (FREUD, S.)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

“ A Psicanálise é, em essência, uma cura pelo amor.”

Freud, numa carta a Jung

Angústia


"A angústia tem sido apontada como responsável por um sem número de “males” físicos e psíquicos que acometem o homem moderno. Também tem sido considerada tributária do estilo de vida contemporâneo, notadamente caracterizado pela contração temporal, perda da referência à tradição, queda das ideologias e relativização da verdade.

Teorias não excludentes – importante frisar – e que permitem conceber a angústia como constitutiva do sujeito. Enquanto falante, ele surge dividido entre o ser e o Outro da linguagem, sob a forma de significante. O que resta como irrepresentável dessa operação de corte – nomeado por Lacan de objeto a – é o que doravante mediará a dialética do sujeito com o Outro como causa de desejo, inscrevendo-se como perdido no fantasma originário. Daí a emergência da angústia estar condicionada ao reencontro do objeto irremediavelmente perdido.

Bem, a vida é prenhe de objetos perdidos; eles estão por toda parte. Prova disso são as chamadas crises evolutivas – ou, como preferimos, momentos de passagem: adolescência, maternidade, vestibular, separações. Não há quem os atravesse sem boa dose de angústia. Ocasiões em que o sujeito não mais se reconhece no traço significante do desejo do Outro, que até então o representava. Contextos em que a demanda endereçada ao sujeito o interpela, a mostrar que ele é quando ainda não tem condições de sê-lo. Ter de fazer a aparência, como o faz um ator em cena, pode ser algo extremamente angustiante quando se trata da vida real. Sem um roteiro que o oriente, o sujeito desconhece a persona que o Outro vê nele. E se o Outro fosse uma louva-a-deus gigante, como brinca Lacan? Sabemos o que ela faz com seu parceiro no final do encontro.


A angústia é um alerta de que, se não controlarmos por completo o que o Outro vê em nós, arriscamos a perder a cabeça. Tarefa impossível, diga-se de passagem, pois mesmo a mais extensa cadeia significante nunca será suficiente para cobrir o discurso do Outro."

Trechos da Revista Angústia - APPOA. Edição 33

domingo, 12 de abril de 2009

O tempo e as palavras ...

"Pedir um tempo" é uma expressão que se popularizou entre os namorados, ou melhor, entre um que continua enamorado e outro que deixou de estar ... não está mais, mas já esteve. Então como terminar? Como falar? Como romper, quando existe uma série de sentimentos envolvidos? Então para não magoar muito, se pede um tempo. Um tempo para pensar a relação, arejar a cabeça, ver se é possível reinvestir, ou se o jeito é cair fora mesmo. Trata-se de um tempo para dar conta de um afastamento ou de uma separação.
As vezes parece que os órgãos responsáveis pela fala encontram-se ocos para algumas situações, quem sabe para algumas palavras.
Quer dizer então que as palavras podem doer e que a dor pode impedir as palavras, que existem palavras que machucam e que ficamos machucados por ausência de palavras?
(Texto adaptado de Rosane Licht. Revista da Associação Psicanalítica de Curitiba. Vol 1, 1997, p.101).

sábado, 11 de abril de 2009


"Todas as separações são dolorosas. O sofrimento é inevitável, mas é também por menos infelicidade e por menos sofrimento inúteis que os seres humanos trabalham quando se dá que o desejo deles tenha tomado seu sentido desejante, por mais impotente que cada um seja em sua individuação, sofrimento contido no conjunto dos outros desejantes.

É o sofrimento nascido das separações primeiras - nascimento, desmame, ... - que constitui a individuação progressivamente adquirida do corpo da criança que, em seus limites táteis, se descobre criatura única e separada.

Livro: Solidão, Françoise Dolto - 1998.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

DE REPENTE, UM TAPA ... Apaixonados, desconfiem de si mesmos.

Um tapa, quando viu, era tarde demais. Não existem desculpas, pois o tapa não é fruto de uma má intenção, de um erro de cálculo, nem mesmo do prosaico mau humor. Um tapa não intencional, foge à razão, ele é explosão afetiva que marca o impossível de toda relação.

Michelangelo, ao enfrentar a mudez de seu Moisés: - “Fala! Por que você, estátua tão perfeita, não fala?”.

Que solidão do incompreensível sofrem os que se amam!

Temos que aprender a desconfiar de nós mesmos, o que seria muito melhor que essa febre perniciosa de auto-ajuda e de reforço de auto-estima. Desconfiemos, saibamos que em todos nós habita um Michelangelo, conforme o talento, mas de semelhante princípio: todos, sim, todos podemos agredir quem gostamos muito, por querer que o amor não deixe brecha, nem mal-entendido.

Melhor que desculpas, a responsabilidade. Melhor dizer às Sofias, errei, errei em ficar muito confiante de meu amor por você, que isso só te protegeria. Errei por não ter desconfiado de mim mesmo, de quanto me é difícil saber que o meu amor não é meu, que me ultrapassa, errei por me esquecer da angústia de Michelangelo, ao ver Moisés; um por do sol, uma cachoeira, um beijo: - Por que não falam?

Amar muito alguém não é garantia de segurança do amado.Todos nós conhecemos o que é um sentimento incontrolável, mas o descontrole nunca pode durar mais que o tempo de um tapa.


( Adaptações do artigo publicado na revista WELCOME Congonhas, julho de 2008 - ano 2 - número 16. FORBES, Jorge)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A MULHER E O FEMININO - II

"A mulher é algo que se constrói como um gênero a partir de uma diferença que é dada no corpo e que depois pode ser reinterpretada de várias maneiras: orientação sexual, masculinidade na mulher[...]."(MARIA RITA KEHL)

"A feminilidade é uma construção imaginária que produz praticamente um estilo – reconhecido como próprio das mulheres – e que já foi muito mais fechado do que agoraA mulher é mais adequada à posição feminina? Sim, mas só em um pequeno ponto. [...] Ela é adequada no sentido de poder ocupar melhor essa posição sem tanto conflito para ela mesma, e brinquei chamando isso de a “mínima diferença”. Pensamos na diferença dos sexos, cada sociedade a constrói de um jeito e a psicanálise fica tentando manter um discurso que naturalize essa diferença, como se a castração estivesse no corpo da mulher etc. "(MARIA RITA KEHL)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A MULHER


O QUE QUER UMA MULHER? - pergunta clássica que Freud se fazia.

No livro o que que uma mulher? O psicanalista Serge André continua com essa dúvida, como comenta Ciscato, 'é impossível desmascarara mulher porque nada nela pode er atingido além da máscara, para além dos artifícios, uma vez que para além da máscara há esse elemento eterno e impossível de ser significado.'

no final de sua obra Freud expõe que "Se desejaram saber mais a respeito da feminilidade, indageum a própria experiência de vida dos senhores, ou consultem os poetas [...]."

HOMENS E MULHERES ...

"As mulheres são basicamente insatisfeitas, o que é o mesmo que dizer que são basicamente desejantes. Satisfeitos não desejam, para quê?Elas são basicamente insatisfeitas por apontarem uma satisfação possível no que ainda virá, no amanhã. Dizê-las sonhadoras vem daí, desse olhar esperançado para um mais além.
Mulheres se satisfazem na diferença, no detalhe. Homens gostam da ordem unida, do grupo, da massa. Mulheres, não, elas não querem encontrar um vestido igual ao seu. Homens adoram o uniforme no trabalho: terno e gravata, ou o macacão; e uniforme nas festas: o smoking preto e branco, ainda por cima alugado.
Mulheres têm sempre muito a escolher, por não serem padronizadas, e como escolher sem a certeza garantida? Surge o desarvoramento, sentimento feminino por excelência.Mulheres insatisfeitas, de desejo insatisfeito, querem novidade, mudança; homens satisfeitos, de desejo impossível, querem o mesmo, a segurança da repetição". (FORBES, 2005)

terça-feira, 7 de abril de 2009

"Nosso papel como psicanalista, não é o de desejar algo para alguém. Mas ser aquele, graças a quem o sujeito pode chegar até o seu desejo". (DOLTO)
"... o gozo feminino escapa a representação; nisto consiste seu mistério, tanto para o sujeito que goza quanto para o que se vê excluído dele." (Maria Rita Kehl, 2008)

"sentem palpitar no seio um coração que pela força e pela altives de seus movimetos, é superior a tudo o que as cerca[...].''

"Uma felicidade das mulheres é que as provas desta coragem permaneçam sempre secretas e sejam quase impossíveis de se divulgar. Uma infelicidade ainda maior é que ela seja empregada contra sua felicidade."

Livro: Deslocamentos do feminino - Maria Rita Kehl

segunda-feira, 6 de abril de 2009

"E é que somos fatalmente estranhos a nós mesmos, não nos compreendemos, temos que confundir-nos com os outros, estamos eternamente condenados a esta lei: "não há ninguém que não seja estranho a si mesmo"". (NIETZSCHE)
"O caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu para conviver." (Freud)

domingo, 5 de abril de 2009

"Reencontrar a singularidade do próprio traço, em qualquer foma de expressão, é uma maneira de DESTACAR O ESTILO. De um lado há quem suporte um estilo, de outro, os simples mortais ... É preciso coragem para suportar a própria singularidade"(JORGE FORBES)
"O imaginário sustenta o sujeito para fantasiar seu passado em recordações conformes ou não à realidade, para fantasiar em seu presente percepções que a realidade não permite sentir, para fantasiar por antecipação projetos conformes ou não às leis conhecidas da realidade, que valem para ele e para outros." ( Dolto, 1998).

sábado, 4 de abril de 2009

Frases do Grande Mestre

“... um egoísmo forte constitui uma proteção contra o adoecer, mas num último recurso
devemos começar a amar afim de não adoecermos, e estamos destinados a cair doentes
se, em conseqüência da frustração, formos incapazes de amar”. (FREUD, 1914)

Por Andressa Furquim de Souza