quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

"Nós somos uma bobagem. O interessante é que a psicanálise não nos obriga a ser uma maravilha. A psicanálise faz com que nós que somos uma bobagem podemos ser uma maravilha sendo uma bobagem".
(Jorge Forbes).

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Desejo Materno

"Freud, aliás, contribuiu com essa crenças de filho-felicidade do casal, interpretando o desejo materno de ter um filho como uma tentativa de amenizar, na idade adulta, as penas e dores da menininha que descobre-se privada deste suplemento de carne que ela descobre em seu irmão, seu pai ou em seu amiguinho. A criança, assim, só pode trazer reparação, compensação, preenchimento e, portanto, alegrias e satisfações para a mãe, consequentemente para o casal no qual ela surge."
(Patrick De Neuter)

domingo, 13 de dezembro de 2009

(“Mas por que sua escolha recaiu sobre essa mulher?”, “O que foi que você viu nela e não em qualquer outra mais bonita, mais perfeita, mais cuidada do que a sua Antônia?”, ele não saberia responder).

A escolha erótico-amorosa não é de ordem egóica, nem superegóica, embora o supereu tenha uma participação importante na dimensão dos ideais, também presente no amor-paixão. Não se pode nem dizer que o objeto do amor erótico se defina a partir de uma escolha, a não ser na medida em que o destino do eu é escolhido pelas formações do inconsciente (à maneira da “escolha de neurose” freudiana). Assim, a pergunta “Por que esta mulher (este homem) e não outra (o) qualquer?” só pode ser respondida a partir de um saber que não se sabe, à maneira de Montaigne, parodiado por Chico Buarque: “Porque era ela, porque era eu”.
(Maria Rita Kehl)

Diferenças

Não é impossível então, que na medida em que as mulheres se livraram de algumas restrições sexuais e existenciais impostas pela moral vitoriana, a linha demarcatória entre a masculinidade e a feminilidade tenha se deslocado – forçando os homens, por enquanto, a jogar na defensiva. Freud já havia percebido a existência de um hiato na complementariedade imaginária entre homens e mulheres, a ponto de perguntar a sua amiga Marie Bonaparte: mas afinal, o que quer uma mulher? Pergunta que repercutiu em todas as geraçaões de psicanalistas, sobre tudo homens. Ora: é claro que ninguém pode saber o que deseja uma mulher. O desejo é, por definição, inconsciente. Um homem também desconhece seu próprio desejo.
Quanto ao suposto mistério do querer feminino, este que se manifesta através de fantasias triviais e de pequenas reivindicações dirigidas ao outro – bem, nesse caso qualquer mulher pós-freudiana poderia responder: eu quero o mesmo que você, seu bobo. Você só não percebe porque não quer saber que eu sou sua semelhante, sua rival, sua irmã.
E nesse caso, a diferença sexual continua um mistério – para os homens e para as mulheres. (Kehl)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"Só os fatos da infância explicam a sensibilidade aos traumatismos futuros e só com o descobrimento desses restos de lembranças, quase regularmente olvidados, e com a volta deles à consciência, é que adquirimos o poder de afastar os sintomas." (Freud).