quarta-feira, 24 de novembro de 2010


UM POUCO DE ARTHUR SCHOPENHAUER

Não escrevi para a multidão. (...) Minha obra é para os que pensam e que, no decorrer do tempo, vão ser a exceção. Sentirão o que eu senti como um marinheiro náufrago numa ilha deserta, para quem a pegada de um ex-companheiro de sofrimento dá mais consolo do que todas as cacatuas e micos nas árvores.
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Se olharmos a vida em seus pequenos detalhes, tudo parece bem ridículo. É como uma gota d'água vista num microscópio, uma só gota cheia de protozoários. Achamos muita graça como eles se agitam e lutam tanto entre si. Aqui, no curto período da vida humana, essa atividade febril produz um efeito cômico.
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A vida pode ser comparada a um bordado que no começo da vida vemos pelo lado direito e, no final, pelo avesso. O avesso não é tão bonito, mas é mais esclarecedor, pois deixa ver como são dados os pontos.


sábado, 20 de novembro de 2010

Mal-entendido



"A psicanálise, por meio do estudo dos sonhos, descobriu que a natureza do desejo humano está no mal-entendido, na topada, na alusão, no encontro fortuito. Nisso ela é divina - as linhas tortas dos sonhos escrevem corretamente".

(Você quer o que deseja?, Jorge Forbes, p. 143)


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Desejo do Analista



“Desejo do analista”

Por Jorge Forbes

É muito comum, ao sair de uma sessão difícil, o analisando dizer que se sente bem. Por que isso acontece? Porque ele depositava sua segurança, seu bem-estar, sua felicidade, em falsas muletas. Quando o analista as retira, o analisando acha que vai cair. Às vezes cai um pouquinho, como resultado de uma desorientação temporária. É notável como uma sessão de análise pode cansar o analisando a ponto de ele ter necessidade, logo em seguida, de um sono recuperador. É importante fazer diferença entre esse efeito, próprio ao tratamento, e uma reação histérica, cujo objetivo é, ao contrário, o de não querer se livrar do sintoma.

Não é mágica, essa mudança; é psicanálise. É acreditar, apostar no inconsciente. Para isso é necessário o analista ter passado longamente por um divã. Pela mó do divã, que vai triturando o trigo, debulhando-o até um ponto mínimo que Lacan chamou de “desejo do analista”. É desse ponto mínimo que se pode dirigir uma análise e possibilitar ao analisando o abandono das muletas.

(trecho de A Honra e o Sentido da Vida – do livro “Você quer o que deseja?”)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mais frases - CALLIGARES

“Talvez a gente se apaixone e se separe sobretudo conforme o ritmo do antigo e inesgotável conflito interno entre nossas aspirações de navegador solitário e nossa nostalgia de uma fusão na qual, enfim, poderíamos descansar de vez.”

“O amor e a paixão não nos fazem necessariamente felizes, mas são uma festa e uma alegria porque deles podemos esperar ao menos isto: que eles nos tornem um pouco outros, que eles nos mudem.”

“o diálogo que leva ao amor, que dá a cada um a vontade de se arriscar, não surge da sedução e do charme, mas da coragem de nos apresentarmos por nossas falhas, feridas e perdas.”


CONTARDO CALLIGARES