sexta-feira, 21 de janeiro de 2011


"[...] E no auge da sua descrença o dia amanheceu de novo. Quando não queria mais fugir de si mesma, foi surpreendida por uma voz de timbre limpo, olhos atenciosos e mãos que diziam coisas. Era alguém que tranqüilizava quando apenas sorria. Uma pessoa que trazia em si o amparo de tudo. Tinha o dom da conveniência e da clareza e pronunciava reciprocidade.

O fato resumindo é que o amor não era mais aquele estardalhaço. O amor era suave e tinha um jeito de penetrar sem invadir, de libertar no abraço. O amor não era mais aquela insônia, mas sonho bom na entrega ao desconhecido. O amor não era mais a iminência de um conflito, mas uma confiança na vida. E, pela primeira vez, o amor não carregava resquícios de abandono, pois havia descoberto: o amor estava ali porque ambos estavam prontos.
(O Tempo estava certo.)"


Marla de Queiroz

5 comentários:

  1. Lindo fragmento. Para uns, talvez seja o retrato de um amor idealizado. Para outros, ao contrário, talvez o trecho em questão descreva um amor maduro e realista.

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  2. Ui, que trabalho dá amar!!!
    Marla é linda.

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  3. Acredito mais na possibilidade de ser um amor maduro. Como disse a genial Clarice, "um amor de quem já sofreu por amor".

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  4. muito bom seu blog !

    to seguindo mas não aparece minha foto.
    deve ser problema no google.
    mas consta em ¨gerenciar blogs¨.

    abraços !

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  5. Sim, Ana Paula. A expressão "não era mais", recorrente no texto, sugere um amor amadurecido ou evoluído - se é que é possível pensar em "evolução" quando se fala de amor...

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