Somos sujeitos reprimidos pelo proibido e limitados pelo impossível que buscam se adequar aos seus relacionamentos imperfeitos. Vivemos de perder, abandonar, desistir e, mais cedo ou mais tarde, aprendemos que não há escudo contra as perdas e as dores que as acompanham. Somos sujeitos condenados a lidar com as perdas necessárias.
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A estrada da vida é pavimentada de perdas e por mais inteligente que sejamos, temos que perder. Até nos sonhos que nos damos ao direito de sonhar e nos nossos relacionamentos mais importantes, precisamos nos defrontar com o que jamais teremos nem seremos, pois por mais que amemos, somos totalmente incapazes de oferecer qualquer abrigo contra as marcas do tempo, contra a velhice, contra a dor, contra as perdas necessárias.
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Aceitando que há um impossível, que há um proibido, exercemos melhor nossa liberdade de escolha, nosso livre arbítrio, na medida em que toda escolha requer uma renúncia.
E enfrentando as perdas que os anos de vida trazem consigo, sofremos, choramos, crescemos e nos adaptamos: cada perda em cada estágio da vida comporta uma lição, uma oportunidade de crescimento e transformação, indefinidamente... até o último suspiro.
Se considerarmos que cada perda pela qual passamos é um limão que a vida nos dá, se vamos amargar até a última gota, se vamos fazer limonadas ou caipirinhas se, quando forem muitos, vamos aprender a fazer malabaris, depende de cada um.
Judith Viorst - Perdas Necessárias
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