"[...] É verdade que o pai imaginário é introduzido à criança atraves do discurso da mãe, conforme os termos do desejo desta por ele. Uma vez percebido como detentor do falo - significante do objeto do desejo materno -, o pai, indica com seu olhar desejante em direção á mãe, que "ser mulher" implica saber se fazer desejada por ele. O pai é o terceiro que organiza o espelho na relação da menina com a mãe; espelho através do qual a menina há de selecionar para si os traços com que há de compor sua feminilidade.[...]
No caso da histeria, a construção de uma narrativa singular fica impossibilitada porque a mulher, ao colocar-se na dependência do desejo dos homens (por mais que ela saiba manobrá-los), instala-se em uma posição equivalente à da castração infantil, onde quem "sabe" do desejo (e se responsabiliza por ele) é sempre um outro. Do outro, este Outro como ser de amor, depende então a condução de destino da histérica, condenada anunca se satisfazer com os resultados."
Maria Rita Kehl.
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