segunda-feira, 6 de julho de 2009
Minha vida diária, um romance - I
"Todos acabam sempre se tornando um personagem do romance que é a sua própria vida. Para isto não é necessário fazer uma psicanálise. O que esta realiza é comparável à relação entre o conto e o romance. A contração do tempo, que o conto possibilita, produz efeitos de estilo. A psicanálise lhe possibilitará perceber efeitos de estilo que poderão ser úteis a você”. A frase foi dita por Lacan a um jovem candidato a análise e reproduzida por este último em um depoimento publicado alguns anos depois da morte do psicanalista. O sentimento do Unheimliche, do “estranhamente familiar” que frequentemente é provocado pela leitura de algumas frases semi-enigmáticas de Lacan, nos acomete diante desta, também. Como não nos reconhecer neste trabalho através do qual tentamos nos situar como personagens centrais de um romance, o romance de nossas pequenas vidas que escrevemos incessantemente, dentro ou fora do espaço criado pela psicanálise – e como não nos indagar, ao mesmo tempo, sobre o significado desta necessidade?" (Maria Rita Kehl)
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