"Aceitar deixar passar sem pegar, sem reijeitar, ver, ouvir, olhando, escutando até sem entender, é aceitar a solidão, misturado aos outros. É reconhecer-se humano, desejo manado na carne, desejo que, na cabeça, no coração, fala as entranhas, ao sexo, clama, desejo que ouve o dos outros, desejo encarnado sempre, que se conhece para sempre separado, no espaço, dos objetos que o suscitam no tempo, dos frutos de suas realizações, das consequências incognoscíveis de seus atos, posto que os mais materializados, que dirá os sutis cujos os fins nos escapam e que nosso desejo quereria dominar."
(Françoise Dolto; Solidão, 1998)
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
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