sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Feliz dia do Psicólogo!

De início, e já complicando, temos que nem a Psicologia nem a Psicanálise poderiam ser tratadas como unas. Há, na Psicologia, muitas Psicologias; e o mesmo acontece com a Psicanálise. Dentre as muitas Psicologias, tratarei daquela que está mais próxima de um raciocínio positivista, a que busca verificar os comportamentos humanos por meio de experimentos, por ser esta a que mais se diferencia da Psicanálise.
Como disse, são muitas as Psicologias e mui- tas delas têm propostas de compreensão do psiquis- mo que fazem uso da Psicanálise ou discutem o psiquismo como resultado de uma dinâmica psí- quica (por exemplo: psicodrama, gestalt, etc.). A partir destas, as diferenças são sutis e difíceis de tratar em um breve artigo. A Psicologia Experimen- tal, por sua vez, apresenta diferenças marcantes e acaba por ser bastante conhecida por pessoas fora daárea.1

Os psicólogos podem fazer uso da Psicanálise apenas como um instrumento dentre muitos outros, tal como se vê na análise de alguns testes projeti- vos. Ou podem começar a praticar uma psicotera- pia de base analítica. Ou mesmo fazer referência a apenas um ou outro aspecto na prática terapêutica, quando pressupõem em todas as ações humanas algo de latente ou inconsciente.

Por sua vez, a Psicanálise também se faz pre- sente em muitas apresentações, variando-se a cor- rente de acordo com o enfoque ou com o teórico que desenvolveu esta ou aquela idéia. Como Psi- canálise, abordarei mais especificamente as obras freudiana e lacaniana, sem nenhum demérito em relação aos outros teóricos psicanalistas, tendo como norte minhas possibilidades de aprofunda- mento, dentro do que conheço.

De maneira geral, a Psicanálise dificilmente se aproxima da Psicologia como possibilidade de con- tribuição. Os psicanalistas, pelo contrário, parece buscar justamente o que diferencia as duas disci- plinas, fazendo referênciaà Psicologia apenas para afastá-la e não para conhecê-la.

Apresentarei cinco pontos de diferenças entre a Psicologia e a Psicanálise, definidos didaticamen- te, já que todos se relacionam:
•o eixo (aquilo que norteia o raciocínio teórico da
disciplina, o objeto de estudo);
•a etiologia (como são estabelecidas as propostas
teóricas acerca da etiologia dos sintomas);
•o patológico (as possíveis classificações psico-
patológicas);
•a ética (e a direção da cura);
•o papel do clínico.


Roberta Ecleide Ol. Gomes-Kelly

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