quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Amor e Tragédia

Por que será que as grandes histórias de amor são sempre trágicas?
Essa semana, ao me deparar com essa foto de Romeu e Julieta me fiz esse questionamento. No entanto o que mais me intrigou ao pensar sobre isso, não foram as conhecidas tragédias amorosas da ficção, mas o caráter trágico das histórias de amor da vida real, do dia-a-dia. Histórias que vivemos, que temos notícias e que certamente viveremos ainda.
As canções, dos mais variádos gêneros musicais -do pagode ao rock -, os poemas, as esculturas, pinturas, peças de teatro e tantas outras manifestações carregam sempre um traço de tragédia quando se trata do amor.
Mas o que haveria então de tão trágico no amor?
Se pensarmos que nossa constituição subjetiva, aquilo que nos tornará sujeitos - falantes, pensantes, desejantes -, começa quanto somos inundados por uma enorme sensação de satisfação e de prazer da qual nunca mais poderemos nos saciar, que nunca mais será reencontrada e que apartir daí só haverão tentivas de substituir esse primeiro encontro com o objeto que foi perdido .... podemos imaginar por onde passa essa questão.
Avançando um pouco mais aos anos da infância que se seguem apartir de nosso nascimento, nos deparamos com o tempo da grande tragédia Edípica. Na fase em que nossa maneira de nos relacionarmos está em plena formação, somos atravessados pela castração para que possamos prosseguir. Definitivamente haverá apenas as substituições para tudo o que foi perdido!
Ao que me parece, AMOR e TRAGÉDIA caminham de mãos dadas!!!
Ana Paula Dilger

Um comentário:

  1. Belíssima reflexão. Vai de encontro a um comentário que fiz num blog amigo: muita gente pensa que essa é uma concepção pessimista do amor. Eu discordo. É justamente o fato de sermos sujeitos faltantes que nos permite sempre caminhar em busca de mais. Completude, nesse caso, seria o fim da jornada, a morte psíquica.

    Em termos mais chulos: a nossa falta constitucional é a eterna cenoura que mantém nós, os burros-humanos, em movimento.

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