quarta-feira, 15 de setembro de 2010

DE BATOM E SALTO ALTO - novos tempos para a sexualidade feminina.


O lugar que a mulher ocupa em nossa sociedade vem sofrendo muitas alterações. A mulher há algumas décadas era educada para ser cuidadora do lar, esposa e mãe. Hoje em dia ela vem conquistando seu espaço no mercado de trabalho e em atividades diversas.
Esses movimentos de mudança tiveram efeitos em sua sexualidade e na sua maneira de se relacionar.
Historicamente o casamento foi considerado o rito social que, entre outras coisas, autorizava socialmente a mulher à sua entrada na vida sexual. Após unir-se civil e religiosamente a um homem ela estava autorizada a relacionar-se sexualmente e a ter filhos.
Foi no período, pós-segunda guerra, que as mulheres começaram a sair de suas casas e a ocupar as fábricas. Muitos de seus maridos que eram provedores do lar não retornaram e elas precisaram ser as provedoras.
Atualmente encontramos sua forte atuação no mercado de trabalho e sua presença nas universidades. Tivemos a invenção da pílula anticoncepcional e da camisinha.
Esses fatores permitiram a ela expressar seu desejo por outras coisas. Foram libertas de seu único destino que era o de se casar e ter filhos. Estudar, concluir a faculdade, ter uma carreira bem sucedida, têm se tornado suas prioridades. O típico relacionamento conjugal está ficando cada vez mais para depois da conquista dos anseios profissionais, sendo uma de suas opções.
Agora há a possibilidade dela poder exercer sua sexualidade conservando seu estado civil de solteira. Não há mais a exigência social do casamento como ato inaugural à sua vida sexual.



Muito se discute se essas mudanças e os seus resultados foram positivos ou negativos para a vida afetiva, para os relacionamentos e para as estruturas familiares.
É certo que cada escolha implica em uma (e muitas vezes mais que uma) renúncia. A mulher ao ganhar tanto espaço na sociedade também teve que se haver com aspectos nunca antes enfrentados.
As duplas e triplas jornadas de trabalho, a criação dos filhos e tantos preconceitos que permeiam nossa cultura são alguns exemplos disso.
Vivemos em um momento de diferente organização social ao que nossos pais e avós conheceram. Essa nova organização traz, como um de seus efeitos, certa autonomia ao exercício da sexualidade feminina.
Há a possibilidade dela se relacionar “apesar dê” e não mais “por causa dê”. Pois agora ela pode se unir a alguém se isso for de sua vontade “apesar dê” poder não se unir a ninguém. Não mais “por causa dê” algum outro motivo, ou de algo que ela não possa conquistar, ou que não lhe seja permitido socialmente. As relações podem ser construídas com muito mais honestidade e verdade.
No entanto, como será que os homens têm encarado os avanços e as conquistas femininas?
Bom, essa reflexão vai ficar para uma outra edição!


(Ana Paula Dilger, publicado em julho/2010, em: http://www.portalmex.com.br/).

2 comentários:

  1. É...o impossível de A Mulher...
    esposa, executiva, mãe...tudo impecável!
    Há que se abrir mão de coisas. Ah, a modernidade...!

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  2. Alegrias e tristezas de ser mulher

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