Com a chegada do verão, época em que as visitas ao litoral aumentam, acentua-se entre a maioria das pessoas a preocupação estética com o corpo, mais exatamente com estar magro, sarado, em forma.
Durante a idade média o que era considerado bonito, o padrão de beleza da época, eram as pessoas obesas, sinônimo de prosperidade, status social e exuberância. A magreza nessa época era associada à pobreza, falta de comida e doenças.
Em nosso tempo, as exigências da ditadura da beleza são outras. Mulheres de diferentes alturas e diversos formatos de corpo devem alcançar o mesmo ideal: parecer com as super modelos.
Dos homens exigem-se músculos firmes e a mostra. Mais tudo que possa os aproximar do galã da novela ou da última celebridade instantânea do reality show.
A rigidez com que homens e mulheres controlam suas medidas e peso pode levar a pessoa a desenvolver um transtorno alimentar.
Temos as anorexias e bulimias que atingem cada vez mais as parcelas mais novas da população e preocupantemente estão sendo disseminadas e incentivadas em comunidades de sites de relacionamentos, levando centenas de seguidores.
A busca incessante e obsessiva pela magreza e pelo ideal de corpo, está intimamente relacionada com a imagem de si que idealiza-se, muitas vezes para sentir-se inserido e aceito em um grupo.
Mas não basta apenas ser bonito e ter o corpo malhado, inflado, siliconado; é preciso ser visto!
De que adianta tanto sacrifício e restrições se não há outro para admirar? É preciso colocar-se na vitrine, no mercado das aparências, no jogo social das imagens e de intervenções imprescindíveis.
As pessoas estão ficando cada vez mais magras, deprimidas, e seus corpos cada vez mais artificiais.
Os relacionamentos tornaram-se cada vez mais escassos de vínculos afetivos, pois para isso os envolvidos precisam colocar da sua singularidade na relação, e isso inclui as imperfeições.
Como se relacionar em um momento social em que a nossa cultura alimenta tudo o que tende a normatizar, normalizar e enquadrar em um dado padrão?
É preciso suportar que todos somos diferentes e isso não há intervenção cirúrgica que resolva!
Ana Dilger.
Um viva à diferença!
ResponderExcluirÉ o que nos permite amar.