segunda-feira, 2 de maio de 2011



O sol que não aquece, a noite que não mais termina, o pranto que não cessa. O café esfriou na xícara esperando ser tomado, mas faltou fôlego para engolir mais qualquer coisa, pois a vida já me enfiava goela a baixo realidade demais. A maquiagem borrada nos olhos, a imagem distorcida no espelho. O abismo que se abre embaixo dos pés. Tudo que eu amei e perdi, todas as dores que superei, acreditando que o solo sempre se refaz para novas plantações, as sementes que se atreveram germinar na arides dos últimos tempos, os novos amores tão delicadamente cultivados. Tudo sendo inundado e tolhido pelos ímpetos da natureza humana, foram todos surpreendidos pelo tsumani de ira alheia, fomos pegos de surpresa.
E em meio ao "salve-se quem puder", para proteger o que amo precisei mandá-lo para longe, onde as catástrofes da natureza humana não pudessem lhe atingir.
Que árdua tarefa a de afastar de si alguém por quem se tem tanto afeto, tanto amor, é preciso renunciar a si mesmo. Mas foi puro cuidado e medo de que junto a mim você se machucasse de maneira irreparável. Você com certeza nunca vai entender o que foi isso, mas foi o melhor que pude fazer.
Com o coração vestindo luto, a ferida aberta que não para de sangrar, o grito sufocado no peito, deixo você ir com a certeza da falta avassaladora que você me faz, fará. O tempo do inverno e de noites sem fim se aproxima. Espero pelo dia em que o sol possa secar o meu pranto.




Ana Dilger

2 comentários:

  1. Seus post mostra o medo de confiar e entregar o Amor.
    Mas devemos amar sem esperar nada em troca, essa é a melhor forma.
    Acho que muitas pessoas se identificam com esse post no mundo atual.
    Abraço Cynthia

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