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As mulheres disputam palmo a palmo o mundo executivo com os homens e, na tarefa de conquistar e se fazer reconhecidas nesse universo masculino, se afastam da exteriorização de qualquer sinal de fragilidade atribuída ao sexo feminino com que possam ser identificadas e de que possam ser acusadas. Fizeram-se obsessivas, ainda que continuem histéricas, para responder ao que lhes é demandado nesse mundo masculino no qual elas precisam marcar presença.
Filhas da revolução, elas parecem ter tomado para si a missão de não contentar-se com um destino antes admitido às mulheres. Fizeram-se herdeiras de um legado, que as proíbe de gozar de fazer-se falo para um homem. Demandadas a assinarem a própria obra e imbuídas da tarefa de continuar o trabalho iniciado por suas mães, de consolidar o lugar da mulher na cena social, não se permitem descansar dessa tarefa. Ocupam cada vez mais uma posição subjetiva, que outrora parecia mais conforme ao destino masculino, de precisar ratificar o direito ao nome recebido como metáfora do falo.
O pai, por sua vez, já não deixa barato o nome dado às filhas. Não permite tão facilmente que o nome de outro homem – ainda que não haja troca de nome – venha a se inscrever no lugar do seu. Não se deixa perder, para que um outro venha a substituí-lo, no nome da filha. Para isso ele precisaria admitir a própria morte – ou sua simbolização – o que dá no mesmo. [...]
Adorei o trecho, fiquei com vontade de ler mais.
ResponderExcluirTenho uma questão com essa coisa da modernidade fazer obsessões em mulheres, não como estrutura, mas como sintoma.
Ana te passo o link por facebook, ok?
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